Suplício
Nos sufocos e apertos, cada um com seus medos,
Da cultura com os cabrestos, criada pelos apegos,
Do que foi dito nos segredos, na queda do parapeito,
E quando apontaram o dedo, julgaram só o espelho.
De si mesmo desconhecido, mais um automato vencido,
Tijolo no muro do suplicio, renegando o destino!
Na palma da mão esta escrito, o mapa do céu ou do abismo,
Que nossa vontade é principio, a liberdade do espírito!
Mas ainda carregam só a dor, estendido com rancor,
Escondido como amor, que era pra ensinar como ator,
Repetindo com esplendor, o ciclo do ódio e pavor,
No jogo do horror, lobotomizados com ardor!
Da sombra coletiva, que arrasta a massa iludida,
Marionetes vivas, sem controle da própria vida,
Drenados na necropolitica, emoções e mais feridas
Ninguém mais liga, só pensam na mesma fita!
Dinheiro, poder e ostentação, tudo vale, até exploração!
Subjugando pela ocasião, mas semelhantes sempre serão,
No direito de viver e ter pão, dignidade como padrão,
Ainda não se enxergaram no reflexo do olhar do irmão!
Eles dizem que sempre foi assim, como tudo tem um fim,
No vale tudo de você para mim, que se acenda o estopim,
Não de mim pra você que eu vim, do sangue carmesim,
Antes o meu do que o seu sim que escorre da Torre de marfim!
LRCP