Uma visão crítica.
As pessoas, geralmente em
palavras são altruístas, são solicitas, desejam o bem pra todo mundo. Mas
afinal, o que é bem para um não é bem para outro, o que é mal para um não é mal
para outro, essa questão é relativa quanto à formação de cada um. Alguns se
baseiam em escrituras “sagradas”, outros em “leis judiciais”, outros ainda em
“ciência”, mas quase ninguém de fato se baseia no Coração humano, na realidade,
na necessidade do “Outro”, sendo o coração o órgão da qual sentimos e
percebemos que não somos únicos no mundo (e se pensamos em alguém é do circulo
social ou família).
Pensamos (conforme onde
estão nossos pés), escutamos (conforme nossos mestres) e processamos (conforme
nossa interpretação) muito sobre tudo, às vezes dando a experiência sentida
legitimidade para acreditar ser o “possível” bem. Mas ainda sim, temos a
moralidade sempre como referencia nos julgamentos. È como dizem, se as pessoas
realmente quisessem o bem próprio mais que a desgraça do outro, mais que o foco
na desgraça do outro, teríamos uma ótima convivência e por consequência uma
vida melhor. As pessoas vivem acreditando que o bem vai vir de algum lugar, de
algum ponto fora de si mesmo, acreditam que o padre, o governo, a televisão, as
leis, os doutores, os “ricos” farão algo, estamos acostumados ao
assistencialismo paternalista, que é escravagista. Mas só esperam algo novo
para se submeterem e se ajoelharem novamente. E enquanto isso, tudo prospera
muito bem, assim caminha a Humanidade, como muitos dos vitimista dizem;
“poderia ser pior, fique quieto”. Pois é, ficaremos quietos mais uma vez, quem
sabe nas próximas gerações eles tenham uma consciência maior de que cada um tem
uma força e juntos fazemos as mudanças. Que tudo isso só existe pela cooperação
e não a competição, que só vivemos pela partilha não pelo acumulo individual...
Mas enfim, como diz o sábio;
ninguém pode mudar ninguém, apenas a si mesmo. E às vezes as sintonias da quais
estamos conectados parecem ser a melhor do mundo, e disso reside um erro fatal
chamado “fundamentalismo”, um bom exemplo disso são os religiosos do Oriente
Médio, lá eles te matam se vc disser que o Alcorão não vale nada. E aqui,
muitos se fecham na própria cultura achando que o certo é o que eles acham
certo e o resto deve ser combatido e excluído, pois é a “salvação do mundo”...
Temos que ter as mentes abertas, sensível ao que diz o coração. Mas não podemos
confundir com sentimentalismo, onde reside outro erro fatal, seja pelo fato
instintivo de agir como um animal irracional quando se sente ameaçado. Deve
existir um equilíbrio entre um e outro, uma síntese que nasce para evoluirmos a
nós mesmo, pois só assim podermos “amar o próximo”.
Temos que ter o cuidado de
não embasar o que já está invertido, como no caso os valores essenciais. Temos
que nos perguntar e nos questionar das coisas, mas muitos são pagos para não
pensar, apenas são pagos, o que também não é culpa própria, pois o mundo hoje
só funciona através da sobrevivência, da remuneração e da
luta de classe entre o fidedigno patrão/empregado. Como diria o velho Marx, “o
trabalho é a essência do homem”, mas quando este se torna apenas um mercadoria
com preço, se auto aliena, mas claro que é alienado antes, assim fazendo apenas
o papel de uma maquina no processo produtivo das riquezas. Estamos constantemente
em atividade (trabalho), os animais constroem suas moradas, caçam seus
alimentos, trabalham! E nós, somos transformados em simples peças no maquinário
produtivo de riqueza. Somos mesmos pagos para calar e resignar, para enriquecer
o patrão! Certa vez eu escutei de um ente querido a seguinte frase; “quem não
trabalha, não tem dinheiro”, no ato fiquei sem reação pela falta de
sensibilidade desde ente, pois a pessoa quem disse ganhava ou ganha não sei ao
certo, acima de 8 (oito) salários mínimos. Quer dizer, quando no começo
trabalhava por um salário, para comprar seus bens de consumo, era digníssima
atitude e atividade. Mas eu me pergunto quem pagava as contas mensais da casa
da qual residia? Quem comprava o alimento que a alimentava? Pois, então não
tinha gasto nenhum... Se ao menos tivesse um pingo de Humanismo, um pingo de
Coração saberia que pessoas sobrevivem com isso, agradecem por isso, pagam suas
contas mensais, compram seus alimentos e ainda assim nunca tem dinheiro para
nada além da ração da qual nos oferecem, e que ainda temos que agradecer aos
Céus! Olha, quero estar vivo quando o povo se der conta dessa realidade
exploradora da qual vivemos.
O problema não é o trabalho,
não é o dinheiro, o problema reside nas raízes, e estas são de fato ocultadas
pela cultura dominante, vemos na televisão que o bonito é ter “status quo”, que
o digno é ser como o padrão novelesco, que tudo esta uma maravilha, mas apenas
se a submissão da grande maioria dominada permitir. Não discutem democracia,
não discutem economia, não discutem nada que possa balançar as estruturas que
nos dominam há séculos! Discutem sim, futebol, novelinha, propagandas que ditam
o que comprar o que vestir, qual droga devemos usar, qual padrão de certo ou
errado devemos nos ajoelhar. E o pior, quanto tenta discutir assuntos “sérios”,
fazem de tudo para seguir o padrão dos poderosos, pois eles que nos dominam
bovinamente! É, mas vai fazer o que, muitos dizem...
Se não quer lutar, se quer
ser cumplice, se quer resignação, não atrapalhe viva sua Vida e deixa as dos
outros em Paz. Ficam ai, achando que a culpa é do outro que não se parece com
você, no que se faz, pensa e sente, mas na hora de mudar algo é o primeiro a
arreganhar ao sistema corrupto e também o ser. Por isso, deixem de serem falsos
moralistas, cuidem das vossas vidas, que já vai ajudar muito! E cuidado, pois
que atire a primeira pedra quem nunca errou, pois afinal, nem o mito principal
das religiões judaicas, que eu tenho uma afinidade, agradou todo mundo, veio para
esse mundo para lutar contra o poder estabelecido de Cézar, que hoje se compara
aos falsos profetas, Igrejas, Estados, Corporações, etc.!
Leonardo RCP.
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